
PALMAS – O grito de socorro de incontáveis mulheres vítimas de violência na Zona Sul de Palmas, frequentemente abafado pelas paredes de suas próprias casas, ecoou na Assembleia Legislativa do Tocantins. A deputada estadual Vanda Monteiro (União Brasil) formalizou, nesta semana, um requerimento direcionado ao Governo do Estado e à Secretaria de Segurança Pública que toca numa ferida exposta na maior e mais populosa região da capital: a desativação da Central de Atendimento 24 horas para Mulheres Vítimas de Violência, em Taquaralto.
O pedido não é apenas um ato político; é o reflexo de uma necessidade desesperadora. Taquaralto, juntamente com os Jardins Aureny I, II, III, IV, o Taquari e bairros adjacentes, concentra uma população massiva que, segundo a parlamentar, fica desassistida, principalmente nos horários em que a violência doméstica costuma escalar: à noite e nos fins de semana.
“Uma mulher agredida às 23h de um sábado não pode esperar até as 8h da manhã de segunda-feira para pedir ajuda. A violência não tem hora marcada e o Estado não pode ter um relógio comercial para proteger suas cidadãs”, declarou Vanda Monteiro na justificativa do documento. A reativação da central, segundo ela, é uma medida indispensável para garantir um acolhimento imediato, sigiloso e especializado, que pode ser a diferença entre a vida e a morte.
A estrutura, hoje desativada, era um ponto de esperança. A proposta é que o serviço volte a funcionar ininterruptamente, oferecendo suporte psicológico, social e orientação jurídica, além de ser a porta de entrada para a rede de proteção, incluindo o acionamento de medidas protetivas de urgência.
Enquanto o requerimento tramita, a pergunta que fica para os moradores da ARSO 132 (1306 Sul) à ARSE 151 (1503 Sul) é a mesma: até quando o pedido de socorro de uma vizinha, uma amiga ou uma familiar será ignorado? A comunidade da Zona Sul aguarda, com urgência, uma resposta que vá além do papel e se transforme em segurança real.