O salário mínimo no Brasil foi reajustado em 2025 para R$ 1.518, representando um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior. Apesar do reajuste superar a inflação do período, especialistas apontam que o valor ainda está distante de suprir as necessidades básicas da população, especialmente diante do aumento contínuo do custo de vida e dos preços dos serviços essenciais.
O cálculo do reajuste considera dois fatores principais: a inflação medida pelo INPC e o crescimento do PIB de dois anos anteriores. No entanto, a atual regra limita o reajuste ao teto de 2,5% do PIB, o que restringe aumentos mais expressivos e impede que o salário acompanhe a realidade das famílias brasileiras.
Além disso, o trabalhador que recebe o salário mínimo não vê o valor integral em sua conta. Descontos obrigatórios como INSS, vale-transporte e possíveis empréstimos podem reduzir o valor líquido em até 20%. Mesmo isento do Imposto de Renda, o custo de vida elevado consome quase todo o rendimento mensal, obrigando muitos brasileiros a cortar gastos essenciais, contrair dívidas ou buscar fontes extras de renda.
Segundo o Dieese, o salário mínimo ideal para garantir uma vida digna à família brasileira deveria ultrapassar os R$ 7 mil em 2025, considerando despesas com moradia, alimentação, saúde, educação e transporte. O valor atual cobre apenas uma fração dessas demandas, evidenciando o descompasso entre o salário mínimo real e o necessário para o bem-estar do trabalhador e de sua família.
Alguns estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, adotam salários mínimos regionais superiores ao nacional, ajustados ao custo de vida local. Embora essa diferenciação busque maior justiça salarial, também pode gerar desequilíbrios econômicos e desafios para empresas que atuam em todo o país.
A discussão sobre o valor ideal do salário mínimo permanece central no debate público e econômico, destacando a necessidade de políticas que promovam justiça social e garantam dignidade aos trabalhadores brasileiros.
