
Imagine encher o estádio Nilton Santos, em Palmas, mais de 150 vezes com turistas. É exatamente essa a dimensão do que aconteceu na última temporada de praias do Tocantins, um evento que não apenas lotou nossas orlas, mas também despejou uma quantia monumental na economia local: R$ 919,5 milhões. O número, confirmado pelo Governo do Tocantins através da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), representa um salto de 27% em relação ao ano anterior, consolidando a temporada como o principal motor econômico e turístico do estado.
Os dados oficiais são impressionantes. Mais de 1,5 milhão de visitantes circularam pelas mais de 40 praias estruturadas, um crescimento de 26% no fluxo de pessoas. E o mais importante: quem veio, amou. Uma pesquisa de satisfação revelou que 94,5% dos visitantes pretendem retornar, um atestado da qualidade da experiência tocantinense.
Todo esse sucesso foi impulsionado por um investimento estatal de cerca de R$ 30 milhões, aplicados em infraestrutura, segurança e uma agenda cultural recheada de shows regionais e nacionais. Um investimento que, matematicamente, trouxe um retorno de mais de 30 vezes o valor aplicado, aquecendo o comércio, hotelaria e gerando milhares de empregos diretos e indiretos.
A Onda de Dinheiro Chegou à Zona Sul?
Enquanto os números estaduais são motivo de celebração, a pergunta que ecoa pelas ruas de Taquaralto, dos Jardins Aureny I ao IV e do Taquari é direta: essa onda bilionária chegou até aqui?
As praias urbanas de Palmas, como a Praia do Prata e a do Caju — a mais próxima da nossa região — receberam parte desse fluxo. Mas o impacto real no dia a dia do morador da Zona Sul ainda é uma questão em aberto. O aumento do movimento na cidade se traduziu em mais clientes para o comerciante da Avenida Tocantins, em Taquaralto? Os moradores da ARSO 132 (1306 Sul) conseguiram oportunidades de trabalho temporário geradas pelo evento?
A circulação de R$ 1 bilhão é inegavelmente positiva para o Estado, mas o desafio é garantir que essa riqueza seja capilarizada, chegando na ponta, no pequeno empreendedor e no trabalhador que vive nos bairros mais populosos da capital. A temporada de praias mostrou seu poder. Agora, a missão é fazer com que, no próximo ano, a resposta para a pergunta “E o nosso bolso?” seja um sonoro “Sentimos a diferença!”.