Um veneno silencioso, vendido em garrafas e copos, pode estar circulando pelas ruas de Palmas. O que parece uma bebida inofensiva para celebrar o fim de semana pode, na verdade, ser uma armadilha fatal. O alerta, que já era grave, tornou-se um grito de urgência após a confirmação de uma morte por intoxicação por metanol em Goiás, acendendo uma luz vermelha para as autoridades da capital tocantinense.
Em uma resposta rápida e enérgica, a Prefeitura de Palmas, através de uma força-tarefa que une a Vigilância Sanitária (VISA), a Guarda Metropolitana e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, deflagrou uma verdadeira caçada a bebidas clandestinas e adulteradas. A “Operação Dose de Cuidado” começou no último fim de semana e já varreu pontos de grande concentração de pessoas, como a movimentada Avenida Teotônio Segurado, na região do “Túnel”.
O alvo é claro: vendedores ambulantes e estabelecimentos que possam estar comercializando produtos sem procedência, com rótulos falsificados ou, pior, contendo substâncias mortais como o metanol – um tipo de álcool industrial altamente tóxico que, quando ingerido, pode causar cegueira, danos neurológicos irreversíveis e a morte.
O Perigo Bate à Porta da Zona Sul
Embora as ações iniciais tenham se concentrado na região central, a preocupação agora se volta para a Zona Sul de Palmas. Bairros como Taquaralto e os Jardins Aureny I, II, III e IV, conhecidos pela vibrante vida noturna e pelo grande número de vendedores ambulantes, são considerados áreas de alto risco.
“Se a fiscalização aperta em um lugar, a tendência é que esses produtos perigosos migrem para outras áreas com grande concentração de consumidores, e a Zona Sul é um alvo óbvio”, analisa um agente da fiscalização que pediu para não ser identificado. “A população precisa ser nossa parceira, nossos olhos na rua”.
Durante as abordagens, os fiscais verificam a procedência das bebidas, a regularidade dos rótulos, as condições de armazenamento e a documentação dos comerciantes. Produtos suspeitos são imediatamente apreendidos para análise.
Como se Proteger do “Copo da Morte”
A Vigilância Sanitária de Palmas emitiu um guia prático para que o cidadão não se torne a próxima vítima. A regra de ouro é desconfiar.
Preço “Milagroso”: Bebidas vendidas a preços muito abaixo do mercado são o principal sinal de alerta. A chance de serem falsificadas ou adulteradas é altíssima.
Rótulo Suspeito: Verifique se o rótulo está intacto, bem colado e se as informações (fabricante, ingredientes, data de validade) estão legíveis e em português.
Lacre Violado: Nunca compre ou consuma bebidas cujo lacre pareça ter sido violado ou recolocado.
Compre de Fontes Confiáveis: Dê preferência a supermercados, distribuidoras e comércios estabelecidos e devidamente registrados.
Cheiro e Sabor Estranhos: Ao abrir a bebida, se notar cheiro ou sabor estranho, não consuma em hipótese alguma.
Viu Algo Suspeito? Denuncie!
A sua denúncia pode salvar vidas. Caso encontre bebidas suspeitas sendo vendidas em qualquer ponto da cidade, especialmente na Zona Sul, entre em contato imediatamente com a Ouvidoria da VISA pelo telefone 0800 646 1520 ou pelo número (63) 3212-7922.