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A cadeira instável do Palácio Araguaia

O Tocantins vive mais um capítulo de sua conturbada história política. Em uma década marcada por trocas constantes no comando do Executivo, o estado viu, no dia 03 de setembro, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) ser afastado do cargo por 180 dias em uma operação da Polícia Federal.
A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprofunda a crise de instabilidade que impede que um governador eleito conclua seu mandato desde 2006.O afastamento de Wanderlei Barbosa é o desfecho mais recente de uma longa sequência de interrupções de mandatos.
A última vez que um governador cumpriu integralmente o mandato foi entre 2003 e 2006, com Marcelo Miranda (MDB). Reeleito, seu segundo governo foi abreviado em 2009, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o cassou por abuso de poder político.
A decisão levou o então presidente da Assembleia Legislativa, Carlos Gaguim (MDB, na época), a assumir o comando do estado interinamente. Nas eleições de 2010, o patriarca da política tocantinense, Siqueira Campos (PSDB), foi eleito para o seu quarto mandato.
A posse foi marcada por um bate-boca sobre quem entregaria a faixa governamental. Contudo, Siqueira também não concluiu o mandato. Em2014, ele renunciou ao cargo em uma manobra política para viabilizar a candidatura de seu filho. Com a saída, o presidente da Assembleia, Sandoval Cardoso (SD), assumiu, ficando no poder por menos de um ano.
A eleição de 2014 trouxe de volta ao poder um nome conhecido: Marcelo Miranda. Porém, a história se repetiu. Em 2018, Miranda foi cassado pela segunda vez pelo TSE, tornando-se o único governador na história do Brasil a ser afastado do mesmo cargo duas vezes.
O estopim foi a apreensão de um avião bimotor em Goiás, carregado com santinhos e uma grande quantia em dinheiro para a campanha.
A queda de Miranda e sua vice, Cláudia Lelis, abriu caminho para mais um presidente da Assembleia Legislativa: Mauro Carlesse (PHS, na época). Ele assumiu interinamente, venceu a eleição suplementar e foi reeleito no mesmo ano. Apesar de construir uma base política sólida, seu governo foi abalado por sucessivas operações policiais que investigavam um suposto esquema de corrupção.
Em 2021, Carlesse foi afastado do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, isolado politicamente e enfrentando um processo de impeachment, renunciou em 2022.
Seu vice, Wanderlei Barbosa (Republicanos), que já governava interinamente, foi efetivado no cargo e reeleito no mesmo ano, herdando a sequencia desastrosa de Governadores  afastados.

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