PALMAS – Saulo Inácio de Sousa, figura conhecida em Palmas por sua antiga atuação como pastor e por ter estado à frente do “Projeto Compaixão” – uma iniciativa para criar uma casa de idosos na capital –, foi condenado a uma pena severa de 19 anos, 8 meses e 7 dias de prisão. Ele deverá cumprir a sentença em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável, cometido contra duas vítimas. A informação, segundo relatos, é que na época em que foi preso, Sousa já não atuava mais como pastor, trabalhando como corretor de imóveis.
A condenação partiu da 2ª Vara Criminal de Palmas, e o mandado de prisão foi emitido em 19 de fevereiro de 2025, com validade até 6 de maio de 2044. Sousa, nascido em 2 de abril de 1965, foi considerado culpado por praticar o crime de estupro de vulnerável duas vezes, ou seja, por dois atos separados.
A decisão judicial ressalta que a confiança depositada nele como líder religioso na época dos crimes foi um fator que aumentou sua pena. A ironia é que, em um passado não distante, Sousa chegou a receber reconhecimento público por seu papel religioso. Em 21 de novembro de 2017, por exemplo, ele foi homenageado pela Câmara Municipal de Palmas “pela importância do seu trabalho e dar continuidade a esse legado de expansão ao cristianismo”, durante as comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante.
Ao definir a pena para uma das vítimas, M.C.P.D., a Justiça considerou que as consequências emocionais e psicológicas foram muito graves, levando a jovem a se automutilar. Esse sofrimento adicional pesou contra o réu. Para esta vítima, após considerar as circunstâncias que aumentam a pena, a condenação chegou a 10 anos, 4 meses e 7 dias de prisão.
Em relação à segunda vítima, E.W.R.D.S., também foi reconhecido que o fato de o réu ser pastor da vítima e sua família na época dos fatos era uma circunstância que aumentava a pena. A condenação para este crime foi de 9 anos e 4 meses de prisão. As penas pelos dois crimes foram somadas, resultando no total de 19 anos, 8 meses e 7 dias.
A motivação para os crimes, segundo a Justiça, foi o desejo sexual do acusado – característica comum nesse tipo de crime –, mas que, neste caso, foi cometido sob o manto da confiança que sua função religiosa inspirava. Seu envolvimento em iniciativas como o “Projeto Compaixão”, que buscava apoio para “concretizar o projeto da primeira casa de idosos de Palmas-TO”, conforme material de divulgação, construiu uma imagem pública que agora se choca com a gravidade da condenação.
Um Chamado à Coragem e à Denúncia na Região Sul e Taquaralto
Casos como o de Saulo Inácio de Sousa, que teve uma imagem pública ligada à fé e à caridade, acendem um alerta em toda a comunidade de Palmas, incluindo a populosa Região Sul e Taquaralto. A sua prisão reforça a mensagem de que o sistema de justiça está atuando, independentemente da posição social ou da imagem pública do agressor. É fundamental que outras possíveis vítimas de abuso, especialmente aquelas que podem ter sido silenciadas pela influência ou posição de quem cometeu o crime, sintam-se encorajadas a denunciar.
O Jornal Palmas Sul reforça seu compromisso em ser um canal para a comunidade. Se você, morador da Região Sul, Taquaralto ou qualquer outra área de Palmas, foi vítima ou tem conhecimento de situações de abuso ou exploração, não hesite em procurar as autoridades competentes e, se desejar, compartilhar sua história ou pauta com nossa equipe. Acreditamos no poder da informação para transformar realidades e proteger nossa gente.
A defesa do condenado ainda pode tentar reverter a decisão em tribunais superiores, mas a condenação inicial e a ordem de prisão demonstram um passo importante para que ele responda por seus atos.
O crime de estupro de vulnerável, previsto na lei brasileira (artigo 217-A do Código Penal), serve para proteger crianças menores de 14 anos ou pessoas que, por doença ou deficiência mental, não conseguem entender completamente o que está acontecendo, ou que, por qualquer outro motivo, não podem se defender ou dizer não ao ato sexual. A pena para este crime é de prisão, de 8 a 15 anos, e pode ser ainda maior em algumas situações específicas.
Um comentário
Quem é o altar desse artigo ridículo?