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ALERTA VERMELHO EM PALMAS: Legalização de Jogos de Azar Ameaça Comércio Local e Bem-Estar Social, Adverte Líder do “Brasil Sem Azar”

A legalização dos jogos de azar no Brasil, materializada no Projeto de Lei 2234/2022, atualmente em tramitação no Senado, acende um alerta máximo para as potenciais consequências sociais, econômicas e de segurança pública em todo o país, com preocupações específicas para Palmas e o estado do Tocantins. Em entrevista reveladora, Roberto Lasserre, coordenador nacional do Movimento “Brasil Sem Azar” e assessor do Senador Eduardo Girão, detalhou os perigos que, segundo ele, rondam a proposta, conclamando a população e os parlamentares tocantinenses a barrarem o que chama de “projeto de sangue”.

O movimento, criado em 2016 para combater uma proposta similar (PL 186/2014, de Ciro Nogueira), ressurgiu com força total diante do novo projeto, que já foi aprovado por uma margem apertada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e aguarda votação em plenário. “Nosso objetivo é aniquilar esse projeto,” afirma Lasserre, destacando os riscos já observados com as apostas esportivas online (BETs) como um prenúncio do que pode vir com a liberação de cassinos, bingos e jogo do bicho em espaços físicos.

Impactos Negativos em Cascata: Do Comércio de Taquaralto à Saúde Pública

Lasserre contesta veementemente o argumento de atração turística e aumento de arrecadação. “Eles não vão sair da Europa para vir jogar no Brasil,” pontua, citando que mesmo em Las Vegas, apenas uma pequena parcela dos turistas internacionais vai especificamente para jogar. Pelo contrário, ele teme um aumento da exploração sexual, inclusive infantil, como efeito colateral.

No âmbito da segurança, o líder do “Brasil Sem Azar” ecoa alertas da Procuradoria Geral da República (PGR), Receita Federal e Polícia Federal sobre a facilitação da lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção. “Onde tem jogo legalizado, tem lavagem de dinheiro,” crava, mencionando que até o FBI, nos EUA, dedica grande esforço ao combate de crimes ligados à jogatina, mesmo após décadas de legalização.

Para a economia local, o cenário pintado é sombrio. Lasserre argumenta que o dinheiro não surgirá magicamente; ele será desviado do consumo em setores produtivos. “O dinheiro vai sair da mão do pequeno empresário, do médio empresário, do grande empresário brasileiro, que dá emprego, e vai para a mão dos grandes conglomerados estrangeiros da jogatina.” Ele cita dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que apontam que só em 2024, R$ 109 bilhões foram desviados do comércio varejista para as BETs. “Imagine o impacto disso no mercadinho da esquina em Taquaralto, na loja de roupas da Avenida Tocantins,” projeta Lasserre, com preocupação direcionada ao comércio da Região Sul de Palmas.

A esfera social é onde residem as “tragédias humanas”, segundo o entrevistado. Violência doméstica, desagregação familiar, endividamento e suicídio são consequências diretas da ludopatia – o vício em jogar, já classificado como doença psiquiátrica pela OMS. Dados do laboratório do jogo patológico da USP, coordenado pelo Dr. Hermano Tavares, indicam que de 1% a 3% da população em países com jogos legalizados desenvolvem a dependência. “No Brasil, podemos ter até 7 milhões de ludopatas. O SUS não vai suportar,” alerta Lasserre. Ele ainda revela números estarrecedores: entre 50% e 80% dos ludopatas já pensaram em suicídio, e de 13% a 20% já tentaram ou consumaram o ato – um índice drasticamente superior à média da população geral (0,6%).

Tocantins e Cidades Menores: Vulnerabilidade Ampliada

Questionado sobre o impacto em estados como o Tocantins e suas cidades menores, Lasserre foi enfático: “Essa pergunta é excelente. Em cidades pequenas, o impacto é enorme.” Ele explica que a retirada de dinheiro do comércio local, que muitas vezes sobrevive de programas sociais e aposentadorias, pode levar ao colapso econômico. “Se nas capitais, inclusive Palmas, já é um impacto muito grande, imagine uma cidadezinha pequena do Tocantins. As questões socioeconômicas serão destrutivas.” A falta de infraestrutura de saúde e clínicas de reabilitação nessas localidades agravaria ainda mais o quadro.

Estratégias e Apelo à Sociedade Tocantinense

O “Brasil Sem Azar” tem adotado estratégias de mobilização, visitando estados, dialogando com políticos e a população para expor os malefícios da legalização. Lasserre faz um apelo direto aos cidadãos de Palmas e do Tocantins: “Liguem para os seus senadores – para a professora Dorinha, para o senador Eduardo Gomes, para o próprio [senador] Irajá [relator do projeto]. Digam que a sociedade tocantinense não quer o jogo de azar.”

Para aqueles já imersos no vício, ele oferece uma mensagem de esperança e um caminho: “Procure ajuda. Existe saída. Busque ajuda em clínicas, em comunidades terapêuticas.”

A legalização dos jogos de azar, portanto, transcende a simples liberação de uma atividade econômica, configurando-se, na visão de Roberto Lasserre e do movimento que lidera, como uma ameaça multifacetada que exige profunda reflexão e mobilização da sociedade brasileira, com especial atenção aos seus potenciais efeitos devastadores em comunidades como as da Região Sul de Palmas.

Roberto Lassare, coordenador do movimento “Brasil sem Azar”, alerta Tocantins sobre os risco do jogo, não apenas para o estado, mas para todo Brasil.
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